viernes, 30 de septiembre de 2005

Visitas ilustres

1 septiembre12:38Universidad de Castilla La Mancha, España
2 septiembre15:44Universidad de Palermo, Palermo, Italia
2 septiembre15:50Secretaría Ciencia Tecnología, Argentina
4 septiembre15:25Gobernación Buenos Aires, Argentina
9 septiembre17:22Universidad de Sonora, México
13 septiembre10:25Universidad del País Vasco, España
13 septiembre12:41Universidad de Cantabria, Santander, España
15 septiembre16:55Ministerio de Educación, Chile
15 septiembre18:15McGill University, Canadá
19 septiembre13:20Ministery Of Economy, Argentina
21 septiembre21:25Universidad Autónoma de Colima, México
26 septiembre12:49North East Wales Institute of Higher Education, Wrexham, Reino Unido

26 septiembre12:52Universidad De Las Americas, Santiago, Chile

jueves, 29 de septiembre de 2005

Galería


Giorgio Agamben

A linguagem da voz

por Raúl Antelo

Para muitos de nós a descoberta de Giorgio Agamben deu-se através de Walter Benjamin. Conhecíamos o filósofo como o editor da versão italiana das Obras Completas e, mais ainda, como aquele que tinha levado adiante alguns conceitos esboçados pelo precursor alemão.
Na oitava das Teses sobre filosofia da História, por exemplo, recolhemos um ensinamento da tradição dos oprimidos: o de que o estado de exceção em que vivemos é a regra. ''Devemos chegar a um conceito de história - prescrevia Benjamin - que corresponda a esse fato. Então, teremos a tarefa de produzir um efetivo estado de exceção''. Desse fragmento, é claro, deriva um dos horizontes maiores da grande obra de Agamben, uma autêntica work in progress, o seu ciclo do Homo sacer. Ciente de que, na sociedade ocidental contemporânea, a vida e a teoria precisam ser repensadas, em conjunto, em um novo plano de imanência, o da nuda vita, Agamben nos propôs esse conceito para pensar a paradoxal definição de povo, conceito que vira e mexe ainda é utilizado para legitimar ações na sociedade latino-americana pós-ditadura. Todavia, essa categoria analítica tradicional apresenta-nos hoje uma cisão biopolítica incontornável, já que povo é tanto aquilo que não pode ser incluído no todo de que ele faz parte, quanto aquilo que não pode pertencer ao conjunto em que, mesmo assim, ele permanece, excluído e indesejado.
Chegando a este ponto de seu percurso teórico, abria-se para Agamben a necessidade, como aliás fora prevista por Benjamin, de produzir um efetivo estado de exceção e justamente o volume que ostenta esse título veio demonstrar de que modo a racionalização da esfera do político, baseada em critérios normativos formais, acaba transformando a democracia ocidental num perpétuo estado de sítio. Agamben, portanto, soube detectar, na figura do Estado de Exceção, o instante em que a soberania vincula-se à própria suspensão do ordenamento jurídico, que, por sinal, deveria garantir a democracia. E esse conceito de instante obriga-nos ainda a assinalar que daquela mesma oitava tese benjaminiana, ou melhor, de um texto a ela associado, isto é, uma das notas preparatórias das teses em que Benjamin relembra Kafka, surge uma das forças do pensamento de Agamben: a de que o dia do juízo final é o dia de um juízo sumário, irreversível, mas é também um dia idêntico aos outros. Essa idéia de que cada instante é o instante do juízo está na base de alguns ensaios estéticos de Agamben, notadamente, seu ensaio sobre a fotografia, Il giorno del giudizio (2004), em que a imagem surge como um efeito coordenado de irrupção e retorno. Benjamin associava o efeito combinado desses dois movimentos antagônicos na configuração da história. Gerschom Scholem, por sua vez, soube apontar, em seu ensaio Walter Benjamin e seu Anjo, essa duplicidade através de duas figuras-dois nomes de Benjamin. Em um escrito auto-biográfico, um testemunho sobre si mesmo, temos uma versão luminosa, a de uma figura chamada Agesilaus Santander; mas esse pseudônimo de Benjamin esconde, anagramaticamente, o lado obscuro e sórdido, seu Outro complementar, Der Angelus Satanas. Portanto, a coincidência entre direito e avesso vem confirmar a dupla face da história, feita, ambivalentemente, de felicidade e redenção, como estipula a segunda tese benjaminiana.
J. Rodolfo Wilcock, poeta que, junto a Agamben, foi figurante no Evangelho de Pasolini, aponta, como única saída para os homines sacri contemporâneos, fazer uso das coisas. Outra não é a saída de Agamben, em seu último livro, Profanações (2005). Em um mundo em que a lei está habitada por um vazio que lhe é constitutivo, em um mundo saturado de imagens, que não cessa de produzir infinitos homines sacri, a saída é a profanação:
''La profanazione-nos ensina Agamben-implica (...) una neutralizzazione di ciò che profana. Una volta profanato, ciò che era indisponibile e separato perde la sua aura e viene restituito all'uso''. A profanação, tanto quanto a secularização, é uma operação política mas enquanto esta se relaciona com o exercício do poder, que legitima, ''riportandolo a un modello sacro'', a profanação, no entanto, ''disattiva i dispositivi del potere e restituisce all'uso comune gli spazi che esso aveva confiscato''.
O conceito de profanação guarda, a meu ver, extrema contiguidade com certos temas benjaminianos (a reprodução, a aura) mas não menos com uma teoria da linguagem que dois artistas tão distantes entre si, como Valéry e Duchamp, foram retirar de Leonardo da Vinci. Neles todos - em Duchamp, em Valéry, em Benjamin, em Agamben, através do desdobramento irônico que a imagem põe em funcionamento - o olho que contempla se torna olho contemplado e a visão se transforma também em um ver-se vendo, isto é, numa representação, tanto no sentido filosófico da expressão, quanto no sentido teatral e barroco, o de um teatro de máscaras. Daí provém a teoria do testemunho que Agamben desenvolveu em O que resta de Auschwitz. Quem depõe um testemunho, apresenta um relato de dessubjetivação, portanto, esse relato não pode ser captado pela perversa matriz do realismo mas deve ser tomado como um puro espaço de ficção, de tal modo que o sujeito é aquele fragmento alucinatório que, por um instante, julga-se um Todo. O testemunho ou a imagem não pertencem, então, ao mundo mas funcionam como limite do mundo, como uma borda insubstancial do mundo. Nesse sentido, aquilo que fala -num poema e num testemunho- tem uma consistência corporal mas, ao mesmo tempo, uma condição etérea. Possui uma matéria contingente, mas igualmente memoriosa, que leva a consciência de si (a cura sui de Foucault) ao máximo de sua sensibilidade, de tal modo, em suma, que aquilo que fala num poema ou num testemunho é a Linguagem saída da voz, muito mais do que a voz da Linguagem.
Resgatar a linguagem da voz é profanar: resgatar um corpo da abjeção sacra à qual a sociedade de controle o condenou.

Raúl Antelo é professor de literatura na Universidade Federal de Santa Catarina. É autor, entre outros, de Potências da imagem (2004).

(versión publicada originalmente en el Jornal do Brasil. El texto completo, acá)

Idea municipal de cultura



martes, 27 de septiembre de 2005

Libros recibidos

La misma felicísima noche recibo dos libros que comentaré en cuanto pueda leerlos en mi retiro terapéutico: Noche y día de Arturo Carrera y Tiempo pasado de Beatriz Sarlo. Y ya que vienen juntos, me pregunto qué misteriosos hilos encontraré entre uno y otro.

lunes, 26 de septiembre de 2005

Irresistible

Se eligió a la nueva reina del Capullo.

Dicen que...

El lugar de la crítica

por María Sonia Cristoff

Detrás de la profusión de autores, lenguajes y movimientos analizados en Clases, la pregunta que subyace en todo el libro -y que lo convierte en necesario- es una: ¿qué tipo de arte debemos hacer ahora? Un arte experimental, sostiene Link, un arte de la disidencia, de la desclasificación. Aunque -él mismo lo sabe- ese experimento vaya a ser fagocitado rápidamente por los sistemas clasificatorios de la cultura, por la fugacidad de estos tiempos modernos. Clases mira lúcidamente el actual estado de las cosas y suplanta la tentación del escapismo o de la parálisis por la marcha incesante.

(el texto completo, acá)

viernes, 23 de septiembre de 2005

Social & Familiar

Sigo guardando cama. Ayer, levantando cajas de azulejos, me lastimé la columna. No puedo abusar del Dioxaflex, que es lo único que me hace dejar de llorar.

Nostalgia

Cines de infancia: el York de Olivos.

jueves, 22 de septiembre de 2005

Cuando un amigo se va

queda un espacio vacío.

miércoles, 21 de septiembre de 2005

Entrevista

por Carolina Gruffat

Tomando, por ejemplo, el caso de los blogs y las nuevas formas de contar historias, y de leerlas, que surgen asociadas a estos formatos digitales, ¿cómo podrían incluirse en las clases de literatura?
-¡Líbrenos el cielo de algo semejante! Las clases de literatura tienen ya suficientes contenidos de los cuales hacerse cargo. La escuela no es una institución que deba tener una relación servil con el presente, sino todo lo contrario.
¿Quedarían fuera de un programa de literatura, entonces?
-En relación con determinadas temáticas, pueden servir como herramientas de investigación.
¿No podrían desplazar los blogs de hoy a los talleres de escritura de ayer?
-Muy probablemente. Son un gran entrenamiento de escritura, pero no todo el mundo lo toma de ese modo. Hay mucho espontaneísmo.
En Cómo se lee, usted dice que en nuestra época se modifica el estatuto del arte y que hay arte digital (se trate de música, literatura o artes visuales) al alcance de todos. ¿Esto, que podría leerse como la utopía de las vanguardias hecha realidad, no implica la muerte de la literatura?
-Sí, la muerte de la literatura tal como la conocíamos. Dicho de otro modo: el nacimiento de una nueva forma de concebir la literatura.

(la entrevista completa, en educ.ar)

domingo, 18 de septiembre de 2005

Mujeres argentinas

Por Daniel Link*

*publicado en O[h], suplemento del diario Perfil (Buenos Aires: domingo 18 de septiembre de 2005)

Beatriz Sarlo (1942) integró el consejo editor de la revista Los libros entre 1972 y 1976 ?antes de la desaparición del mensuario. Por esos mismos años colaboró estrechamente con el Centro Editor de América Latina -editorial fundada por Boris Spivacov a partir de los restos de la energía que había puesto previamente en Eudeba-, donde Sarlo comenzó a desarrollar sus hipótesis en Capítulo. Historia de la literatura argentina y algunas antologías. Al mismo tiempo, militaba en los más radicales sectores de la izquierda.
Durante la dictadura, Sarlo enseñó a leer (con el rigor y la generosidad que no han dejado de ser su sello) a estudiantes que acudían a su oficina clandestina, insatisfechos con los programas oficiales. En 1983 publicó junto con Carlos Altamirano uno de los clásicos de la transición democrática, Literatura/ Sociedad. Mientras tanto, Sarlo había consolidado el proyecto Punto de vista, llamada a convertirse en la "revista de la resistencia cultural" durante la dictadura y luego en un foro que se imagina como un espacio de modernización cultural.
Entre 1983 y 2003 Sarlo fue la mejor profesora de la Facultad de Filosofía y Letras. Desde su renuncia a las aulas se dedica exclusivamente a la investigación en temas cada vez más ajenos a la literatura. Sus últimos libros, La pasión y la excepcion (2003) y Tiempo pasado. Cultura de la memoria y giro subjetivo (2005) examinan la construcción de la soberanía política alrededor de una estrella del pop (Eva Perón) y proponen un análisis crítico del testimonio autobiográfico como fuente de verdad. Los dos libros fueron escritos en contra de la nostalgia de los años 70.
Devora películas, museos, obras de teatro, libros y óperas con la misma fruición que otros consagran a la televisión. Desconfía de los aforismos. Gusta de escribir cartas y mandar postales y no rehusa los debates intelectuales. Su último experimento (el menos espontáneo, el más intenso, el más fascinante, el más difícil) es la columna semanal que publica en la revista Viva. Sostiene que "sólo vale la pena intentar lo que no parece posible".

(anterior)

miércoles, 14 de septiembre de 2005

Un relato de ciencia ficción

El amor fraterno (o ¿acaso no sueñan los androides con historias ajenas?)

por Daniel Link*

*publicado originalmente en ciertopez [ISSN 0718-1485], 2 (Santiago de Chile: marzo-abril de 2005), págs. 57-70

(...)

-No me amenaces, no vale la pena. Es bastante poco lo que te puedo contar. Un tipo que trabaja en el Laboratorio de Investigaciones Cinéticas...

-Kinéticas.

-Es lo mismo. De repente se da cuenta de que los cinemorfos...

-Kinemorfos...

-que trata de ponerle a un androide experimental son los del hermano, que está muerto...

-Qué bajón...

-No seas tarado. La historia es que cuando se da cuenta queda paralizado porque los rasgos del androide nada que ver, y entonces no sabe cómo seguir. Especialmente los ojos: son azules, los del androide. Entonces alguien le dice (o se le ocurre a él) ponerle anteojos oscuros, modelo clásico, bien negros, para no verle los ojos...

-¿Y?

-Bueno, el tipo se complica con el droi, no puede dejar de trabajar en eso. Un día resulta que un cinemorfo que quiere usar está clasificado por los servicios de inteligencia. Imposible ponerlo en la máquina. Pero el tipo está complicado con el aparato, ¿no? Le parece que es su hermano. Busca formas de entrar en la clasificación y resulta que hay algo, todavía no sé qué. Ponele: que todos los kine... cinemorfos clasificados son los del general...

-¿Pero eso pasa en este país?

-Bueno, sí, o no, no sé. No importa.

-Buah...

-Ya sé, ya sé, me vas a venir con "verosimilitud científica" y toda esa huevada...

-No, me preocupa más la verosimilitud política...

-La idea es que descubre que alguien que no debería ser un androide, es un androide...

-...

-Pero a lo mejor no pasa nada, y es la paranoia del tipo nomás, que se queda pegado al droi, que se lo lleva a la casa, que sigue trabajando con él, y al mismo tiempo empieza a interpelarlo, lo obliga a volver sobre su pasado... Una investigación hay, pero no veo claro el final. Lo que me gusta es la parte del principio: el tipo laburando con los cinemorfos.

-Kinemorfos...

-La puta que te parió. Laburando con cada movimiento: un movimiento de ceja, la mitad de una sonrisa. Probando, tratando de combinar lo que se acuerda del hermano. Como un artista psicótico en 3D. Y le habla...

(el texto completo, acá)

martes, 13 de septiembre de 2005

Correspondencia

Bush Crimes Commission date & place

Dear friends,

"When the possibility of far-reaching war crimes and crimes against humanity exists, people of conscience have a solemn responsibility to inquire into the nature and scope of these acts and to determine if they doin fact rise to the level of war crimes and crimes against humanity".

The Commission of Inquiry on Crimes Against Humanity committed by the Bush administration will be held October 21-23 in New York City, sponsored by the Not In Our Name statements of conscience (www.nion.us). Opening sessions will be in the Grand Ballroom of the Manhattan Center on West 34 Street.
The holding of this tribunal will both frame and fuel a discussion that is urgently needed in the United States: Is the administration of George W. Bush guilty of war crimes and crimes against humanity? In line with these objectives, we take very seriously the critical necessity for rigor and substance in the presentation of the evidence, that is, it is not a political rally or conference.
The issues examined will include invasions and occupations of Iraq and Afghanistan, torture and indefinite detention, catastrophic policies on global warming, and a religious fundamentalist-based attack on global public health (see the Commission Charter at www.nion.us/commission.htm).
While the Commission is independent of any other program, it is the growing climate of absolute hatred toward the Bush administration that makes the Commission both feasible and necessary on an accelerated timetable.
At this point, seven weeks out, we need to raise $30,000 just for the venue. In addition, there will be even greater costs to bring in witnesses, to stream the proceedings on the internet internationally, and to break the whole story into the media.
We urge that you contribute as generously as you can. Contributions can be made on the web site through Pay Pal (www.nion.us/NSOC/sign.htm), or you can your mail check made out to Not In Our Name, to Not In Our Name, 305 West Broadway, PMB 199, New York, NY 10013.
We urge you to read the Commission Charter and think about creative ways to make this vision a reality, through recommending people you know in these spheres who can contribute to the prosecutions, and ways and people to promote this in the media. We are also looking for volunteers for a whole range of production tasks, from registration to audio engineers.
General correspondence to the Commission should be sent to commission@nion.us.

domingo, 11 de septiembre de 2005

Dicen que...

Reflexiones para una civilización sin tiempo*

*publicada en O[h]!, suplemento del diario Perfil (Buenos Aires: domingo 11 de septiembre de 2005)

por Guillermo Piro. En palabras de Roland Barthes, los profesores investigan y hablan, es decir, sueñan "en voz alta su investigación". Quienes hacen eso corren el riesgo de realizar sus sueños. En el caso de un investigador que se precie de tal, esa realidad y ese sueño consistirían en lograr ver (y hacer ver) que sus tesis funcionan, que se mueven con aceitada agilidad entre la maraña de palabras y textos y objeciones y refutaciones a las que se ven expuestas. En ese sentido, Literatura y disidencia, el subtítulo de este libro (Hegel decía que los subtítulos son los verdaderos titulos de los libros), tranquilamente podría ser reemplazado por este otro: Un triunfo.
Clases consiste en la reunión de una serie de lecciones de Literatura del Siglo XX que Daniel Link dictó en la cátedra que tiene a su cargo en la UBA. Pero no es sólo eso. Mejor dicho: si fuera sólo eso, nos encontraríamos con un trabajo de arqueología que de ningún modo estaría condenado a ser pasado por alto. El profesor que sueña su investigación en voz alta suele tomar cierta distancia higiénica y tal vez terapéutica de aquello que investiga y de aquello de lo que habla. Link, no. Si apela a la primera persona es porque, en definitiva, el que habla es él, porque detesta el nos falsamente impersonal y modesto y porque, a diferencia de lo que ocurre con tanta frecuencia, tiene algo que decir.
La hipótesis historiográfica sobre la que se asienta el devenir y la recurrencia a ideas y escritos ajenos y propios tienen cierta reminiscencia con Evariste Gailois, el joven matemático que, poco antes de morir en un duelo, pasó la noche anterior al encuentro fatal revelando por escrito, para la posteridad, su "teoría de los grupos", mechando los razonamientos con infalibles y certeros: "No tengo tiempo". Según Link, ésa es la hipótesis: "No tenemos tiempo". Y en cualquier caso, lo que importa verificar es que la civilización está haciendo agua por todas partes. A diferencia de lo que ocurre con la bibliografía filosófica, literaria, histórica o sociológica, en este libro no aparecen ni una vez las palabras "posmodernidad" o "posmodernismo". ¿Por qué? Justamente porque Clases parece haber nacido de la repugnancia a manejar esas categorías. ¿Un libro de historia, entonces? No, pero eso no deja que el libro no deje registro de una hipótesis historiográfica. ¿Una teoría literaria sistemática y coherente? Tampoco pero, a pesar de eso (o mejor dicho: justamente por eso), Link explica cuáles son las hipótesis estéticas que orientaron sus lecturas. ¿Y cuáles son sus lecturas? Infalibles y certeras, van de Barthes a Aira, de Thomas Mann a Kafka, pasando por Foucault, Pasolini, Copi y Rodolfo Walsh.
Daniel Link entiende sus Clases como "dispositivos de captura y disciplinamiento", como "ficciones normalizadoras", como "fantasías de exterminio". Si miramos el cielo es porque no tenemos tiempo. De lo que se trata, dice Link, es de "leer en ciertos textos más o menos emblemáticos de la literatura del siglo pasado todo lo que en ella hay de resistencia a la captura, al disciplinamiento, a la normalización y al exterminio". Una literatura que nos interpela porque sostiene el mismo sueño del profesor Link: mirar el cielo, aunque él sea un habitante del infierno.

[¡Gracias, Guille!]

viernes, 9 de septiembre de 2005

Galería



El look del cielo*

*publicado en Brando, I: 1 (Buenos Aires: septiembre de 2005)

Por Daniel Link La historia de las religiones está plagada de debates sobre las imágenes. Los cristianos de Roma defendieron siempre la representación de la divinidad, que el cristianismo oriental (con sede en Constantinopla) luchó por erradicar porque la consideraba una costumbre pagana (y en eso coincidía con las demás religiones monoteístas). Conocemos el resultado de ese combate: la destrucción de Constantinopla y el triunfo de la iconografía con su galería de santos, mártires, profetas, vírgenes y funcionarios de la Iglesia como objetos de adoración o fuente de placer y, también, como indicación de que había ahí modelos concretos a seguir. No exactamente el Olimpo (ese modelo de familia disfuncional, con su corte de dioses mayores y menores a los que se sumaban diosecillos ínfimos de los lagos y los ríos, semidioses, héroes y monstruos) sino una comunidad de buenos y justos que atravesaba los tiempos y las patrias para confortar allí donde hiciera falta.
Después, mucho después, llegó el star system, que algunos consideran un nuevo Olimpo y otros, un nuevo santoral. En todo caso, se trata de imágenes que nos interpelan (desde el fondo de los tiempos) y en relación con las cuales (quién lo duda) se hicieron y deshicieron diferentes modelos de masculinidad.
Se sabe que el star system comienza con el cine sonoro (porque el cine mudo era todavía territorio de experimentaciones formales variopintas que hoy sólo pueden tolerar los poetas, los académicos y los melancólicos). Antes del sonoro, apenas existe Rodolfo Valentino, el más ambiguo de todos los hombres del cine y el que pudo, gracias al romanticismo reconcentrado de su look, sobreponerse a todas las burlas de sus detractores y convertirse en el ícono de lo que un buen amante puede aspirar a ser: mitad hombre y mitad mujer, Valentino fue el primero en proponer el beso como sexo total y definitivo. Disfrazado (mal) de gaucho o (mal) de árabe en su rol más memorable (El Sheik, 1921), Valentino es la supernova y el big-bang, el momento a partir del cual empezarán a aparecer astros diferentes (distintos estilos indumentarios, distintas estrategias de seducción, distintas profundidades para cautivar los corazones femeninos). En Valentino está todo, hasta la muerte joven (murió a los 31 años de peritonitis, cuando apenas había terminado de rodar El hijo del Sheik). Cuentan que a su funeral concurrió una misteriosa dama vestida de negro con un ramo de flores acompañado de una tarjeta que decía "De Benito" (por Mussolini, claro). Tal vez la anécdota no sea tan cierta como sí lo fueron los intentos de suicidio de algunas mujeres cuando se enteraron de la desaparición del primer gran ícono que el cine nos legó.
A fines de la década del 30 comienza a cristalizar un sistema (podríamos decir) de posiciones que las nuevas generaciones actorales no harán sino intentar ocupar (la mayoría de las veces, sin demasiado éxito: Brad Pitt, un muñeco de plástico que sólo puede conmover a las niñas).
Está, por ejemplo, el lugar de James Stewart, que en 1939 desempeñó su segundo rol protagónico y el primero que arrancará suspiros (cuyos ecos todavía se oyen) allí donde hubiera una mujer en la platea. En Mr. Smith va a Washington, dirigida por Frank Capra, Stewart representa a Jefferson Smith (ver foto), un senador idealista que defiende los valores de la Constitución contra viento y marea. La estatura, la elegancia levemente desgreñada y la finura de los movimientos de Stewart convencieron a Capra de que era el cuerpo indicado para un rol que originalmente había sido diseñado para Gary Cooper, quien por esa época estaba trabajando con el director en la trilogía sobre John Doe.
En Conoce a John Doe (1941), la tercera de las películas de la serie, se entiende por qué Capra prefirió cambiar el cuerpo de Smith: Gary Cooper es el modelo exacto del hombre común que llega a desempeñar un papel en los dramas de la historia por la solidez de sus valores morales, lo que se nota, naturalmente, en el look que impone, menos fundado en la elegancia ligera (por ese rasgo Jimmy Stewart pudo brillar incluso como comediante) que en la intensidad física y en la despreocupación por la apariencia (el hombre común lleva con dignidad la ropa de calle y a veces no tiene tiempo para afeitarse).
Comparado con sus competidores del momento (Clark Gable, Spencer Tracy, James Cagney, Humphrey Bogart), Gary Cooper podía imprimir a un cuerpo hecho para dominar sensualmente (basta ver, en la foto, la fuerza que emana de sus manos) una cierta intransigencia infantil a la que las señoritas de entonces no pudieron permanecer indiferentes.
Y ya que su nombre ha aparecido, conviene detenerse en el misterioso caso de Clark Gable, famoso incluso antes de desempeñar el exitosísimo rol de Rhett Butler en Lo que el viento se llevó (1939). ¿En qué se fundaba su encanto? Para nosotros, que hemos proscripto definitivamente el bigote del universo de lo posible, resulta un ejercicio de ciencia ficción. Pero es probable que en la época impresionaran sus maneras (y su elegancia pesada) de "señor": ni la ambigüedad lúdica de Valentino, ni el dandysmo ligero de Stewart ni la ardiente intensidad de Cooper, sino la solidez del hombre elegante que mantiene la casa.
La fábrica de modelos masculinos no sólo funcionaba en relación con las mujeres (si bien es cierto que a ellas estaba destinado en primer término, porque fueron siempre las principales consumidoras de "pop culture"). Los hombres también miraban a los hombres en busca de modelos de identificación. Humphrey Bogart no era lindo, tenía una de las peores voces del cine, no se vestía precisamente bien y además era petiso. Y sin embargo... Es y será siempre el modelo del héroe cínico y eficiente (en El halcón maltés de 1941, como San Spade) o levemente sentimental, capaz de sacrificar el amor de su vida porque tiene ideales superiores. Por eso (además de la capacidad de delirio de los guionistas de la época), su sola presencia como Rick Blaine en Casablanca (1943) hizo que Ilsa Lund (Ingrid Bergman) pronunciara una de las frases más célebres de la historia del cine: "¿Eso que se oye son cañonazos o los latidos de mi corazón?".
Otro hombre que los hombres siempre admiraron por la mezcla exacta de simpatía arrolladora, cotidiana torpeza, contención, elegancia, fuerza y sencillez fue Cary Grant, uno de los astros de Hollywood más dúctiles. Parecía, además, incapaz de envejecer o de perder el pelo. Salvo por el hoyuelo en el mentón (que hoy no conmueve), se lo ve igual de enérgico y de apuesto en The Philadelphia Story (1940) y en North by Northwest (1959) de Hitchcock (donde le arrebató el papel de Roger Thornhill a Jimmy Stewart).
De todos modos, la década del cincuenta pedía ya más que la repetición de las posiciones clásicas (dandy ligero, hombre intenso, padre protector, solterón idealista y cínico), que eran las que Grant podía ocupar. Se avecinaban los tiempos de la píldora anticonceptiva y de los antibióticos que habrían de acabar con la amenaza de las temibles enfermedades venéreas. Hacía falta carne, energía animal, fuerza bruta, Kowalksi.
En Un tranvía llamado Deseo (1951), la adaptación de la pieza de Tennessee Williams (uno de los más grandes escritores norteamericanos de todos los tiempos), Marlon Brando puso su cuerpo y sus extraordinarias dotes actorales al servicio de Stanley Kowalski, un hombre que es capaz de abusar sexualmente de su cuñada desquiciada mientras su mujer da a luz a su primer hijo en el hospital. Y sin remordimientos. La gracia de Brando, sin embargo, no se aprecia tanto en su dorada juventud (cuando tenía un sex appeal que ni antes ni después de él ningún astro cinematográfico ha alcanzado) sino en su madurez. En El último tango en París (1972) es un hombre mayor, torturado por el suicidio de su esposa y en posición de combate contra el mundo. La fuerza que emana de su caracterización, sin embargo, alcanza para desear que, si hay que llegar a viejo, es mejor que sea de ese modo.
El cine clásico no tuvo oportunidad de investigar hasta qué punto los placeres de la carne van de la mano de la tortura espiritual. Los nuevos modelos de masculinidad (los que hacían suspirar a las chicas y asentir con la cabeza a los caballeros) fueron Gregory Peck, cuya moral inclaudicable lo ponía en problemas en Matar a un ruiseñor (1962), donde su personaje, Atticus Finch, es un abogado y padre soltero que se empeña en demostrar la inocencia de su cliente, un negro acusado de violar a una muchacha blanca. Ni tan carnal como Brando, ni tan sólido como Gable, ni tan ligero como Stewart, ni tan intenso como Cooper, Gregory Peck es (además de una síntesis de todos ellos) la versión "profunda" de Cary Grant: el que no resigna nada, pero que además piensa. Y, porque piensa, su vestuario y su peinado siempre tienden a desarreglarse sin llegar a ser el revoltijo que sólo Bogart pudo llevar con dignidad a lo largo de toda su carrera.
Las pasiones reconcentradas que nacen de la carne suelen consumirla. Si es cierto que la mayoría de los astros del cine clásico fueron siempre delgados, ninguno tanto (y ninguno tan torturado) como Montgomery Clift. Monty (que sufrió un accidente atroz que le desfiguró la cara) fue dueño de esa belleza volcada hacia adentro que ciertas mujeres siempre consideraron arrebatadora y ciertos hombres un poco inquietante. En De aquí a la eternidad (1953) se lo ve tan frágil (y tan moderno) que se entiende a la perfección uno y otro punto de vista.
Algunos pensarán que lo que viene después es ya pura decadencia. Yo creo que es la algarabía de la combinación libre de rasgos tomados del panteón de los clásicos: la fábrica de monstruos. En 1962, Sean Connery aparece por primera vez como James Bond en Dr. No. Es una mezcla perfecta de distinción y grasada (la copa de bodegón que tiene en la mano, la camisa robada del guardarropa de Travolta, el tostado excesivo y el anillo de compromiso). En 1977, Travolta se convierte en un nuevo Valentino como Tony Manero en Fiebre del sábado por la noche. Pocos años antes, Clint Eastwood representaba a Harry Callahan e Harry, el sucio (1971): ¿no era ésa una extraña síntesis del heroísmo épico de John Wayne con la reconcentrada complejidad existencial de Monty Clift y la incapacidad para lucir bien vestido de Bogart?
Cada tanto el cine revisa su pasado y se deja dominar por la sensibilidad retro y el revisionismo. En Butch Cassidy y the Sundance Kid (1969), Paul Newman y Robert Redford saquearon antiguos guardarropas para proponer dos íconos a la rebelión generalizada característica de los años sesenta. Como Ernesto Guevara, los personajes que representaron en la película elegían ir a morir en Bolivia, sólo que en este caso con las suelas de los zapatos impecables, como corresponde a dos dandys de la revuelta.
El mundo, naturalmente, sigue. Si una catástrofe planetaria terminara con todos nuestros archivos fotográficos habría que reconstruir el Olimpo o el santoral apócrifo del star system a partir de sus actuales exponentes: la delicadeza de Jude Law como una cita simultánea de Jimmy Stewart y de Monty Clift, la complejidad espiritual de Johnny Depp como un eco de Gregory Peck, la solidez de George Clooney como la repetición (sin bigote) de Clark Gable, la densidad carnal de Ewan McGregor como un reflejo europeo y pálido de Brando (y su desparpajo, un toque valentiniano).
No se trata de meras idealizaciones o identificaciones imaginarias con el pasado sino de una obsesión tal vez más violenta y más contemporánea: en un mundo donde la marea de estilos, significados y transformaciones radicales vuelven el suelo que pisamos un tembladeral, es inevitable que estemos obsesionados con mostrar (a través del vestuario, los ademanes, las horas de gimnasio y los avances químicos y quirúrgicos desconocidos para nuestros antepasados) un éste soy, y convencer(nos) de que ese éste es lo que nos permite inscribir, aquí y ahora, nuestro cuerpo (ese pobre soporte del pensamiento y los afectos) en relación con todo lo que existe.

jueves, 8 de septiembre de 2005

Ciberalfabetización

"Hoy, casualmente, vi en un ciber de la cuadra donde vivo un letrero que decía: 'a los chicos que traigan el cuaderno con la tarea hecha, les regalamos un cuarto de hora gratis de conexión (o algo semejante)'. Me pareció una 'promoción' bastante curiosa".

La entrevista completa, acá.

miércoles, 7 de septiembre de 2005

Ayer

Amable discusión con Juan José Cambre sobre el último ejemplo de Teatro Documental de Vivi Tellas, "Cozarinsky y su médico".

lunes, 5 de septiembre de 2005

Elogio de la delicadeza*

por Graciela Speranza

(*publicado originalmente en Otra parte, 5)

"Lo neutro invita a un ejercicio virtual, suntuoso y a la vez democrático, de educación a distancia: se asiste en Argentina a un curso que Barthes dictó en París hace casi treinta años. El efecto de extrañamiento es inmediato y habrá desconcertado incluso a algunos de los más asiduos lectores de Barthes. En el país del "negro o blanco, radical o conservador, homosexual o heterosexual, figurativo o abstracto, San Lorenzo o Boca Juniors", que alentó los pasajes fantásticos de Cortázar; en "La Gran Llanura de los Chistes" en la que Osvaldo Lamborghini vio enaltecerse la bravuconada socarrona del macho; en el país del soliloquio fascistoide del taxista que Aira transcribió en Taxol, el mismo de Titanes en el Ring, Polémica en el bar, Indiscreciones, Barthes parece hablar en otro idioma, a pesar de la traducción impecable. ¿Desear lo neutro? ¿Desbaratar el paradigma? ¿Retiro, silencio, delicadeza, visión panorámica? ¿De qué habla Barthes?".

El texto completo, acá.

domingo, 4 de septiembre de 2005

Libros recibidos

Falsa calma (Buenos Aires, Seix Barral, 2005, 224 págs. ISBN 950.731.463.6) de María Cristoff es un libro extraordinario por muchas razones, pero sobre todo por dos (tan básicas que a veces ni nos detenemos en ellas): está muy bien escrito y lo que dice es interesante.
Si es cierto, como reza su subtítulo, que se trata de "un recorrido por pueblos fantasmas de la Patagonia" mucho más cierto es que se trata de un libro que se obliga a brindar testimonio de una de las grandes paradojas del presente: sociedades aparentemente sin Estado, pero
con cultura. Una cultura en la que apenas si alcanzan a vislumbrarse rastros de tradiciones previas a la marea de la cultura industrial: "Susana, gorda como una vaca, me recibió en todas estas casas en las que el lujo se demuestra y la armonía se sostiene comprando televisores. Rondando por estas dos mesetas -la de El Cuy y la de Somuncurá- he escuchado historias de personas que perdieron a sus padres en la infancia, que fueron arrancadas inmediatamente del campo en el que habían nacido y llevadas a vivir a cualquier otro lado en condiciones de esclavitud encubierta; historias de chicos de ocho años que todos los días hacen quince kilómetros en una bicicileta enclenque para llegar a la escuela rural con los mocos a la altura de la pera; historias de niñitas a las que los padres quisieron canjear por una punta de cabras, hartos de que el tío las violara. Todo eso he escuchado con Susana Giménez de fondo" (pág. 93).
Las comunidades que visita Cristoff apenas tienen relación con los aparatos de Estado (salud, educación, gobierno, comunicación, transporte) pero no han sido igualmente liberadas de las coacciones de la cultura industrial y sus mitologías. El resultado son estas construcciones paradójicas donde la sofisticación del discurso (muchos de los que cuentan sus historias, apenas escolarizados, no desdeñan las categorías más elaboradas de nuestra civilización, como "psicosis" o "Corte Suprema de Justicia") se pone al servicio de la trivialidad o la alucinación.
Falsa calma, así, puede leerse como uno de los libros que María Cristoff convoca para documentar lo que va contando: "como una crónica o como los apuntes para un tratado sobre las causas de nuestro fracaso nacional" (pág. 198). Extremadamente cuidadosa en la construcción de un punto de vista doble (el propio, el del entrevistado), Cristoff también se obliga a sostener, al mismo tiempo, el punto de vista desapegado, apático, de la crónica y el punto de vista patético del ensayo de interpretación nacional.
Pero además, y por sobre todas las cosas, Cristoff no es la extranjera que mira y registra: ella ha nacido en la Patagonia y a la Patagonia vuelve a buscar sino causas por lo menos un fundamento de discurso. Desde la primera hasta la última línea la narradora se muestra a la vez interior y exterior en relación con lo que va contando y es por eso que decide introducir la palabra de los otros mediante la más compleja de las técnicas narrativas: el discurso indirecto libre: "todo el tiempo traté de mantener el control pero, tengo que reconocerlo, hay momentos en los que esa atmósfera habla a través de mí" (pág. 9). Hablar, ser hablado: en esa oscilación encuentra Cristoff la mayor eficacia para sostener la delicadeza de las conciencias con la que se va cruzando. Porque, podríamos decir, desde el primer esquizofrénico de Cañadón Seco (el que tiene esa angustia en el pecho que no sabe cómo extirparse y espera que la cronista se lo diga) hasta la última paranoica de Las Heras (la que cree que una familia de siete complotados transmite mentalmente cuentos para colonizar la conciencia de los otros, hasta impulsarlos al suicidio), todos están rematadamente locos.
Pero esa constatación, que sólo serviría como un apunte biopolítico (si hay allí esquizofrenia y paranoia es porque, aún con la forma sinuosa que hoy adopta su accionar, el Estado está presente), no hace sino aniquilar las conciencias atormentadas de los que vienen a hablar con la cronista (¿y cómo haría ella, después de todo, para poner su propia conciencia al resguardo de la locura del paisaje, el Estado y la cultura, esas tres entidades siniestras que en la Patagonia parecen haber adoptado su forma más acabada como mecanismos de aniquilación?). Entonces Cristoff escucha y reproduce: cuenta. Sostiene la complejidad de la conciencia de los otros y, al hacerlo, sostiene el fundamento de discurso de los otros. Ninguna simplificación, ningún folclore, ninguna concesión al sentimentalismo o al exotismo. La Patagonia de Falsa calma no es una postal turística sino la puerta del infierno del presente (Melivilo oficia de Virgilio en los pueblos que visita Cristoff, Melville es su Dante).
Al hacerlo, al elegir hacerlo de ese modo, Cristoff interviene en el campo de la crónica (de la "narrativa de no ficción", tal cual le gusta decir y de la cual es una estudiosa), dividida entre el clasicismo y el barroquismo, entre la transparencia del antropólogo en Marte y los fulgores del lenguaje del dandy que viaja. Igualmente distante de los rigores de la "ciencia" y de los caprichos del "estilo", lo que consigue Cristoff es un milagro que, no por repetido, dejará de asombrarnos: en los libros "de verdad" no sólo se construye un mundo sino que, además, la verdad de ese mundo nos alcanza y nos toca, nos modifica para siempre. Día y noche. Día y noche. Día y noche...

jueves, 1 de septiembre de 2005

Entrevista

[Entrevista de Cecilia Bazán para La voz del interior]

Por Daniel Link*

*Daniel Link es escritor y docente. Dicta cursos de Literatura del Siglo XX en la Universidad de Buenos Aires. Acaba de publicar Clases. Literatura y disidencia en la colección Vitral de editorial Norma.

¿Cuál fue su primer contacto con los blogs? ¿Sobre qué temas buscaba y busca actualmente informarse en los blogs?

Inauguré mi blog (que fue cambiando con el tiempo [y que hoy está en reforma]) el 30 de julio de 2003, un poco a instancias del escritor Guillermo Piro. En realidad no me interesa tanto la información en los blogs sino la diversión (la diversidad, y lo divergente). En ese sentido, lo que más me interesa es el punto de vista según el cual cada blog se construye (el macho argentino en el exilio, la loca descerebrada, la mujer al borde de un ataque de nervios, el cronista, el opinólogo, el poeta, etc.).

¿Con qué expectativas creó su propio espacio? ¿A qué público está orientado: lectores de sus publicaciones, otros escritores, otros...?

Mi blog es propiamente un cuaderno de bitácora. Allí voy dejando los rastros de lo que estoy escribiendo. Alan Pauls señaló que lo que diferencia la obra de César Aira y de Mario Bellatín (dos escritores enormes) es que el primero escribe lo que hay y el segundo escribe lo que queda. En el caso de un blog, podríamos decir, lo que hay coincide con lo que queda.

¿Cómo impactó la aparición del blog en sus lectores y colegas?

No lo sé. Creo que lo que sucede con el blog es que la mayoría de la gente tiende a creer que lo que uno escribe se corresponde puntualmente con la realidad. Muchos amigos creen que leyendo mi blog se enteran de mi vida cotidiana.

La idea de comunidad que se forma entre bloggers, ¿puede ser un espacio de intercambio como antes lo eran el bar, bibliotecas o salones literarios?

Creo (y espero) que no. La blogosfera debería responder a una dinámica propia.

La escritura de una bitácora personal difumina el límite entre lo público y lo privado. ¿Se trata de una foma más impulsiva de escribir? ¿Cuáles son los beneficios y defectos de romper la distancia entre el libro y la inmediatez del pensamiento cotidiano?

Sí, se escribe más de acuerdo con el régimen de los "pequeños entusiasmos" que el de las "grandes pasiones". Tiene su encanto. Romper distancias..., quebrar lanzas..., violentar los límites..., todo lo que pueda pensarse en ese sentido tendrá siempre la fuerza de un hechizo sobre nosotros.

El formato blog, a diferencia de la relación escritor-editor, remite al concepto "publicar y luego filtrar", con la salvedad de que ese filtro son los lectores quienes directamente critican, comentan y opinan sobre lo narrado. ¿Cómo se vive esa experiencia?

Como decía Osvaldo Lamborghini, el grande: primero publicar, después escribir. En relación con los lectores, la torpeza tecnológica que me caracteriza impide que la ventana de comentarios funcione con la intensidad que puede verse en otros blogs (el de Hernán Casciari, por ejemplo [:lo que me salva, dicho sea de paso, de las groseras manipulaciones y la explotación resultante de la "interactividad", ese vómito de la tecnología])

¿Pensó en escribir historias sólo para este formato?

No hago sino eso.

¿Se puede comparar el blog con algún género literario existente o se trata de algo nuevo?

Es una variante nueva del folletín.

¿Qué futuro se puede imaginar para este espacio de expresión en la Web?

Es difícil imaginar el futuro (en general). Mucho más tratándose de algo que, como las nuevas tecnologías, involucra las esperanzas y los terrores de la sociedad. Tampoco conviene dramatizar demasiado. Todo irá en la dirección que queramos imprimirle: hacia la felicidad (Kafka) o hacia la pena (Los Roldán).

Visitas ilustres

1 agosto10:26Villanova University, Villanova, Estados Unidos
1 agosto12:17Colorado School of Mines, Golden, Estados Unidos
1 agosto12:24Comite Gestor da Internet, Brasil
1 agosto16:05Ministerio de Educación, Chile
1 agosto16:33Secretaría Ciencia Tecnología, Argentina
1 agosto18:38University of London Computer Centre, London, Reino Unido
1 agosto21:07Red Interconexión Universitaria, Argentina
2 agosto11:42Universidad de Chile, Chile
2 agosto17:56Vanderbilt University, Estados Unidos
2 agosto18:36University of Oregon, Eugene, Estados Unidos
3 agosto14:27Empresa Telecomunicaciones, Cuba
4 agosto20:08Argentina (uba.ar)
8 agosto10:34Växjö Universitet, Vaexjoe, Suecia
8 agosto11:35Universitat de Barcelona, Barcelona, España
8 agosto15:15Secretaría de Energía, México
8 agosto15:41Argentina (clarin.ar)
9 agosto11:59Univ. of Science Technology, Trondheim, Noruega
9 agosto19:01Orange County Dep. Education, Estados Unidos
9 agosto20:37University of Pennsylvania Health Systems, Philadelphia, Estados Unidos
10 agosto13:55Universidad Autónoma de Madrid, Madrid, España
11 agosto15:55Empresas Publicas De Medellín, Bogota, Colombia
14 agosto19:42Columbia University, Estados Unidos
15 agosto17:17University of Aberdeen, Aberdeen, Reino Unido
16 agosto10:31Universitat de Barcelona, Barcelona, España
16 agosto14:05University College London, London, Reino Unido
16 agosto17:49Off. Telecom University Texas, Estados Unidos
17 agosto12:31Danmarks Tekniske Universitet, Lyngby, Dinamarca
17 agosto16:52Universidad Nacional de Quilmes, Buenos Aires, Argentina
17 agosto17:22Secretaría de Educación Pública, México
17 agosto17:26Pontificia Universidad Católica de Chile, Chile
17 agosto18:58Ministerio del Interior, Chile
18 agosto09:01United Nations, New York, Estados Unidos
18 agosto10:48University of Colorado, Boulder, Estados Unidos
18 agosto11:42Tecnológico de Monterrey, México
18 agosto18:44University of Dea, Colombia*
19 agosto12:15Universidad de Palermo, Palermo, Italia
19 agosto16:11Justicia Nación Argentina, Argentina
20 agosto19:32Washington University in St. Louis, Saint Louis, Estados Unidos
29 agosto12:57Universidad Verecruzana, México
30 agosto11:46Universidad de Oviedo, Oviedo, España
30 agosto17:25Northwestern University, Evanston, Estados Unidos

*¿Existirá realmente en Colombia una Universidad de la DEA?